CÉLULAS E SEUS PROPÓSITOS
Pequenos Grupos não são aula, pregação ou palestra, que as demais pessoas ouvem passivamente. Longe disso. Eles devem ser participativos; do contrário, não serão, de modo algum, Pequenos Grupos. Todos cantam e oram, e o ensino-aprendizado acontece sempre em conjunto. Os participantes aprendem o ensino da Bíblia, através de um esforço conjunto, direcionados por um líder, que, nesta equação, desempenha o papel de facilitador apenas. Dessa forma, o aprendizado ocorre por meio da participação e da interação. Existe espaço para compartilhar as descobertas pessoais e criar um ambiente de aprendizado participativo.
Nenhuma estratégia é suficiente se não investirmos tempo em algumas coisas que são fundamentais as quais resultarão em benefícios e frutificação dos Grupos Pequenos.
Vida de oração; este é o primeiro aspecto fundamental, pois através da oração vamos nos conectar a mente do Senhor, passaremos a perceber a Sua vontade geral e especifica para nós, como Igreja. Este conhecimento vem através da comunhão com O Espírito Santo que a oração proporciona. Então como nos diz em Atos 13, poderemos afirmar: “pareceu bem a nós e ao Espírito Santo”. Com esta comunhão teremos a convicção que as “palavras que diremos/compartilharemos”, “são Espírito e Vida”, e não apenas mais conjecturas desprovidas da realidade da Vida Plena conquistada por Cristo através da obra da cruz.
A Pregação do Evangelho, consiste em divulgar a Verdade de Deus conforme ela mesma, pois somente o conhecer a verdade e permitir que ela trabalhe em nós é que produzirá libertação.
Ao fazermos isto de forma adequada nos Pequenos Grupos, as pessoas poderão receber conhecimento prático e então seus olhos serão abertos e compreenderão que somente Jesus é o caminho, verdade e vida.
Sendo os Grupos Pequenos uma reunião que possui uma certa regularidade e com um número menor de pessoas é mais eficaz o desenvolvimento dos relacionamentos e também o compartilhar dos princípios da Palavra de Deus.
Nestas reuniões os princípios cristãos básicos, como: Unidade, crescimento espiritual, e o despertar para uma vida de comunhão com o Senhor, deixam de ser apenas uma teoria, mas pode se tornar uma realidade.
Os grupos por proporcionarem um ambiente mais informal e acolhedor cria uma atmosfera de confiança, pois em um grupo reduzido fica mais difícil esconder as coisas por muito tempo, ou demonstrar algo que na verdade não é, o anonimato não mais existe, pois somos não apenas conhecidos pelo nome, mas em todo nosso contexto de vida.
Neste ambiente a integração a pessoas se aproximam de pessoas e não apenas de idéias, ou a uma denominação, pois para as mesmas são apresentadas um Cristo acessível. O verbo que virou gente como a gente.
Eles são, também, o lugar em que podemos cumprir com mais exatidão os mandamentos de mutualidade cristã: “servi uns aos outros”, “amai-vos uns aos outros”, “sujeitai-vos uns aos outros”; os participantes acabam desenvolvendo um cuidado mútuo.
Outro aspecto que os Pequenos Grupos proporcionam é discipulado. Não apenas um estudo sequencial ou apostilado, mas um discipulado “orgânico” que produz vida e vida significativa. O fazer discípulo é para o Senhor, e não para uma pessoa ou denominação. Quando as pessoas percebem está realidade, fazer discípulo passa a ter um novo significado, e passa de imposição em um grande desafio que pode ser alcançado por todos.
O discipulado é o processo pelo qual ajudamos pessoas a se tornarem discípulas de Jesus Cristo, obedecendo os princípios do Mestre. Isto poderá ocorrer se houver um compartilhamento da Palavra de Deus, visando que o as Boas Novas passem a funcionar efetivamente na vida dos cristãos.
Na experiência de John Wesley podemos perceber está realidade. Wesley foi um grande pregador do metodismo, Mais de 20.000 pessoas se reuniam para ouvir seus sermões. Ele pregou mais de 40.000 sermões e, juntamente com seu irmão Charles Wesley que escreveu cerca de 6.000 hinos. Eles foram os fundadores do Movimento Metodista.
No início eles se reuniam em pequenos grupos quer foram chamados de Classes. A idéia de reunião de classe surgiu em 1724 quando Wesley tendo que reunir recursos para saldar a dívida da Capela de Bristol, dividiu sua congregação em doze grupos que tinham um encontro semanal com hora e lugar conveniente para todos.
Wesley se surpreendeu com os resultados. Ele percebeu que, através daqueles pequenos grupos, era possível exercer um programa de disciplina e crescimento espiritual pois: Os membros experimentavam companheirismo cristão; Começaram a levar os fardos uns dos outros; Cuidavam uns dos outros; Preocupavam-se com o bem-estar do próximo.
O progresso das reuniões de classe. Em 1768. 40 circuitos…..27.361 membros. Em 1770…..60 circuitos…..40.009 membros. Em 1780…..99 circuitos…..66.375 membros. Em 1790…..149 circuitos…101.712 membros.
Calcula-se que em 1800, um em cada 30 ingleses adultos era metodista. Isto traz uma implicação para a igreja atual, pois se torna óbvio que a funcionalidade dos pequenos grupos com seu cuidado mútuo e uma evangelização aos amigos, parentes e vizinhos continuam sendo imprescindíveis.
PR ANDERSON MONTEIRO COSTA